segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Inferno

"Procura e encontrarás"
É com o eco destas palavras na cabeça que Robert Langdon, o reputado simbologista de Harvard, acorda numa cama de hospital sem se conseguir lembrar de onde está ou como ali chegou. Também não sabe explicar a origem de certo objeto macabro encontrado escondido entre os seus pertences.

Uma ameaça contra a sua vida irá lançar Langdon e uma jovem médica, Sienna Brooks, numa corrida alucinante pela cidade de Florença. A única coisa que os pode salvar das garras dos desconhecidos que os perseguem é o conhecimento que Langdon tem das passagens ocultas e dos segredos antigos que se escondem por detrás das fachadas históricas.

Tendo como guia apenas alguns versos do Inferno, a obra-prima de Dante, épica e negra, veem-se obrigados a decifrar uma sequência de códigos encerrados em alguns dos artefactos mais célebres da Renascença - esculturas, quadros, edifícios -, de modo a poderem encontrar a solução de um enigma que pode, ou não, ajudá-los a salvar o mundo de uma ameaça terrível…

Passado num cenário extraordinário, inspirado por um dos mais funestos clássicos da literatura, Inferno é o romance mais emocionante e provocador que Dan Brown já escreveu, uma corrida contra o tempo de cortar a respiração, que vai prender o leitor desde a primeira página e não o largará até que feche o livro no final.


Se ainda não tinham pensado em visitar Florença, depois de lerem Inferno de Dan Brown vão sentir vontade de visitar.
Inferno é um guia turístico na verdadeira acepção da palavra. Uma escrita muito leve e muito agradável, é o livro de Dan Brown mais fácil de se ler, sem a exaustiva explicação técnica e cientifica dos outros e consegue deixar-nos desejosos de visitar as três cidades retratadas no livro: Florença, Veneza e Istambul, mas é também o livro mais fraco dos que já li.

A acção propriamente dita, resume-se a dez por cento do livro, intercalada na apresentação turística.

Apesar de uma acção curta, esta centra-se num dos temas mais discutido pelos cientistas e OMS (Organização Mundial de Saúde) - o excesso de população. Neste momento, somos quase 7 biliões de pessoas no planeta e representamos, segundo alguns cientistas, uma catástrofe. A terra com os seus ecossistemas não suporta tanta gente e brevemente os recursos indispensáveis à nossa sobrevivência, irão esgotar-se.
E alguém decide resolver este assunto por suas próprias mãos.
Num prazo curto e ao mesmo tempo desconhecido, cabe a Robert Langdon e mais umas quantas personagens impedir essa resolução.

O curioso do livro é que as pessoas que são contra soluções radicais levadas a cabo, por outros, para resolver certos problemas, são exatamente as mesmas a não fazer nada ( e diria até a aceitar essas soluções) quando essas soluções radicais não lhes tocam na hora, mas irão surtindo efeito em um futuro próximo, com a justificação de que já está feito e tudo o que se fizer agora, poderá ir piorar.

E voltamos ao uma das máximas do livro que é apresentada vezes sem conta: os piores castigos do inferno estão reservados para aqueles que sabendo das coisas, nada fazem.