Colleen McCullough nasceu na Australia. Trabalhou no departamento de neurofisiologia do Royal North Shore Hospital in Sydney, depois trabalhou como investigadora e professora na Faculdade de Medicina de Yale durante 10 anos. É autora de vários bestsellers internacionais que bateram records, Pássaros Feridos e mais outros onze romances. Vive na Ilha de Norfolk no Pacifico, com o marido.
Comecei a ler Pássaros Feridos, mas confesso que foi numa altura em que a série andava a ser transmitida na televisão e deixei um pouco para trás o livro.
Quando voltei a ler um livro desta autora, foi Tim

Mary Horton, solteirona na casa dos quarenta, rica, solitária, simples, acredita que não precisa de amor nem de amizade, satisfazendo-se com a sua confortável casa, o seu jardim, o seu Bentley e a casa de praia que comprou com o fruto do seu trabalho e dos investimentos realizados, com os livros que lê e a música que ouve sozinha.
Tim Melville, vinte e cinco anos, operário, é filho de Ron e Esme Melville que o receberam como uma dádiva para o seu tardio casamento. Tim tem a beleza e a graça de um deus grego, mas é um simples de espírito, uma criança grande.
No entanto, Ron e Esme, modestos operários australianos, pessoas sensatas e sem ambições, gostam dele pelo que é e preparam-no para trabalhar segundo as suas possibilidades. Tim é um trabalhador insignificante de uma empresa de construção civil, infatigável e esforçado. Dias de trabalho pesado e fins-de-semana passados com o pai num pub e noites tranquilas junto da família, a ver televisão, representavam para Tim toda a sua perspectiva de vida.
Quando Mary encontra Tim e o contrata como jardineiro durante os fins-de-semana, uma ligação muito forte vai nascer entre eles. Mary sente por Tim o mesmo tipo de amor que sentiria pelo filho que nunca teve; Tim, em contrapartida ensina-lhe a ver o mundo de uma maneira mais simples e optimista, trazendo à sua vida solitária o calor e o afecto que lhe faltavam.
Tim, o primeiro romance de Colleen McCullough, tem já de Pássaros Feridos e Uma Obsessão Indecente que se lhe seguiram, a sensibilidade e a segurança das personagens e a mestria inconfundível de uma história bem contada.
Adorei a história e foi por causa dela que insisti na autora e li Uma Obsessão Indecente

Cinco homens e uma mulher ocupam um pavilhão isolado de um hospital militar algures numa ilha do Pacífico, no fim da Segunda Guerra Mundial.
Cinco homens marcados por longos e dolorosos anos de guerra e uma mulher, Honour Langtry - a enfermeira que os assiste e representa para todos a família ausente.
A esse pequeno mundo, que vive um equilíbrio precário, chega um elemento inesperado: Michael Wilson, um sargento cheio de condecorações e que, ao contrário dos outros, parece perfeitamente «intacto».
Na verdade, é isso que o torna uma ameaça para os seus companheiros, todos eles, em graus diferentes, psiquicamente afectados.
Por algum tempo, a enfermeira Langtry convence-se de que tudo irá decorrer normalmente já que Michael, depois de uma integração difícil, começa a ser aceite pelos outros, o que é uma ilusão tanto mais perigosa quanto o seu crescente envolvimento amoroso com Michael se reflecte negativamente sobre o comportamento daqueles homens há muito tempo privados de mulheres.
Michael Wilson torna-se assim, sem querer, o catalisador do ciúme, das paixões, da violência, da intriga e inevitavelmente, da tragédia!
Colleen McCullough neste seu novo romance disseca, num clima tenso e cheio de emoção, os mais simples sentimentos humanos e os dilemas morais mais difíceis.
Este livro foi-me emprestado por uma colega de trabalho há uns quinze anos e por não o ter à mão, dá-me mais vontade de o reler.
Aconselho os dois, com especial incidência para o segundo.
Da mesma autora tenho em casa o Primeiro Homem de Roma. Uma obra com a módica quantia de 1162 páginas. Ainda não o li e não foi pelo volume em si, porque costumo preferir livros volumosos a finos, mas o assunto - romance histórico de roma - não é lo que mais me cativa.
Faço uma proposta para quem goste e queira ler: troco O Primeiro Homem de Roma de Colleen McCulough, por outro à escolha (aceitam-se ofertas).