quinta-feira, 30 de junho de 2016

As Gémeas do Gelo


Lydia e Kirstie tinham 6 anos e eram gémeas idênticas. Quando Lydia morre acidentalmente na queda de uma varanda, os pais mudam-se para uma pequena ilha escocesa, na esperança de reconstruírem, com a filha que lhes resta, as suas vidas dilaceradas.Mas um ano depois, a gémea sobrevivente acusa os pais de terem cometido um erro e afirma que quem caiu da varanda foi Kirstie e não ela.Na noite em que uma tempestade assola a ilha e deixa mãe e filha isoladas, elas dão por si a serem torturadas pelo passado e por visões inexplicáveis, que quase as levam à loucura. O que terá acontecido realmente naquele fatídico dia em que uma das gémeas morreu?

Só por si o tema é doloroso, mas quando se instala a dúvida, além da dor dos personagens começamos a sentir a perturbação, o terror de uma troca inconsciente.

E vamos tendo conhecimento de cada situação, pelo ponto de vista de cada um dos personagens que a seu ver tentam culpabilizar o outro do que aconteceu. Não existe um narrador imparcial que num caso destes seria indispensável, a não ser que a ideia do autor seja deixar-nos confusos e perturbados.

Quando recorremos às lembranças de um para confrontar o outro, vemos que as lembranças do segundo apontam caminhos diferentes na ação.

E para mais nos confundir, temos a gémea viva que ora se dá como sendo uma, ora como sendo a outra.
Transtornos psicológicos fundamentados por especialistas, provocados pela dor da morte do seu gémeo, podem ser a justificação, mas depois há mais do que a ciência pode demonstrar.
E a dada altura, tentamos além do que nos é dado, limpar narrativas e recordações de cada um dos personagens e deslindar o verdade, ou pelo menos parte dela.

Conseguiu o efeito para que foi criado, incomodou-nos e arrepiou-nos e no final, com a conclusão, damos conta que algumas das coisas ditas ao longo do livro são a verdade e que outras... também.




segunda-feira, 27 de junho de 2016

O Nevoeiro

David Drayton (Thomas Jane) e o seu pequeno filho Billy (Nathan Gamble) estão entre o largo grupo de habitantes fechados na mercearia local por uma neblina estranha, do outro mundo. David é o primeiro a perceber que há coisas escondidas na neblina... coisas horríveis, mortíferas... criaturas que não são deste mundo. A sobrevivência depende de todos dentro da loja puxarem para o mesmo lado... mas será isso possível, atendendo à natureza humana? À medida que a razão se perde, face ao medo e ao pânico, David começa a duvidar o que o aterroriza mais: os monstros na neblina, ou os que estão no interior da loja, a raça humana, as pessoas que até agora foram os seus amigos e vizinhos?

Neste lendário conto de terror do mestre Stephen King, a fina camada da civilização é quebrada, as máscaras são postas de lado e o verdadeiro horror é-nos revelado.



É o segundo livro de Stephen King que leio e comprovei o que achei do primeiro. Não é longo, cheio de  matéria para ter muitas páginas e mesmo assim consegue prender-nos a ele, na tentativa de descortinar o que irá acontecer, antes de ler.
A sinopse diz tudo e se eu dissesse mais ia contar a história, teria que dizer o que uns e outros fizeram, como acabou e aí já não era preciso ler.


Mostra-nos mais uma vez o "refinamento" das piores características da humanidade. Em casos de catástrofes, sejam naturais ou não, as pessoas (felizmente não todas) transformam-se, numa obsessão para sobreviver, nem que para isso tenham que "desviar" os outros do seu caminho.
O bom nos livros deste autor, pelo menos nos dois que eu li é que os finais nunca são exatamente finais. Fica sempre um "e agora?"




Se acabassem muito bem, do que serviria termos estado em tensão todas as páginas? Até acabou bem.
Se acabassem mal, grande seca. Eu aqui a sofrer como uma condenada para isto?!
E então acabam sem acabar e continuamos com a mesma sensação que tivemos enquanto líamos. E agora?
É uma boa forma de não darmos o livro por terminado, mesmo depois de chegarmos à ultima página.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Manuscritos do Mar Morto



A ambiciosa policia Heather Kennedy está no seu trabalho mais difícil: os seus métodos de investigação são criticados e ela está sendo assediada por colegas rancorosos porque não lhes dá atenção.
Até que lhe é atribuída o que parece ser uma investigação de rotina, sobre a morte acidental de um professor da Faculdade Prince Regent, mas a autópsia deste caso volta com algumas descobertas incomuns: o inquérito vincula a morte deste professor às de outros historiadores que trabalharam juntos em um obscuro projeto sobre um manuscrito do início da Era Cristã.
Em seu escritório, Kennedy segue com sua investigação e logo se preocupa com o rumo para onde está sendo levada. Mas ela não está sozinha em sua apreensão. O ex-mercenário Leo Tillman — seu futuro parceiro — também tem angustiantes informações sobre estes crimes. E sobre a misteriosa organização mundial a que os crimes se relacionam… Escondido entre os pergaminhos do Mar Morto, um códice mortal pretende desvendar os segredos que envolvem a morte de Jesus Cristo.
Entre um terrível acidente de avião no deserto americano, um brutal assassinato na Universidade de Londres e uma cidade-fantasma no México, Manuscritos do Mar Morto é o mais emocionante thriller desde O código Da Vinci.

Quando li esta sinopse e tal como o seu final nos indica, pensei. Lá vamos nós fartar-nos de ler páginas e páginas de explicações sobre manuscritos antigos, com a tentativa do autor nos convencer de que!
Todo o tipo de romances, em que o tema seja a bíblia no geral, os evangelhos em particular ou as suas origens tais como os manuscritos do mar morto, tendem a apresentar-nos explicações em excesso, como se nos quisessem fazer acreditar ou pelo menos a ficarmos sem dúvidas, das coisas que eles escrevem.
Iniciei a leitura convicta desta fastidiosa situação e a bom tempo a iniciei porque é um romance de ação, cinematográfico, rápido, sem entraves ou tralha que nos abafe e abafe a leitura.
O autor explica minimamente o que se passava com os manuscritos e a interpretação deles pelo professor cuja norte Kennedy foi investigar, apenas para explicar os motivos para a mesma e os justificar.
E corremos as páginas do livro com Kennedy, que teimosa mesmo depois de tudo, insiste em seguir a investigação, que a leva até ao outro lado do Atlântico e sempre com o apoio de um "colega" que se colou a si, para troca de informações que lhe foram muito úteis a dada altura e graças ao qual se conseguiu safar de alguns apertos.

Lemos este livro, sem problemas, como se estivéssemos a assistir a um bom filme de ação.

Uma boa leitura, para passar uns bons momentos!

sexta-feira, 3 de junho de 2016

A Mão do Diabo

A crise atingiu Tomás Noronha. Devido às medidas de austeridade, o historiador é despedido da faculdade e tem de se candidatar ao subsídio de desemprego. À porta do centro de emprego, Tomás é interpelado por um velho amigo do liceu perseguido por desconhecidos.

O fugitivo escondeu um DVD escaldante que compromete os responsáveis pela crise, mas para o encontrar Tomás terá de decifrar um criptograma enigmático.

O Tribunal Penal Internacional instaurou um processo aos autores da crise por crimes contra a humanidade. Para que este processo seja bem-sucedido, e apesar da perseguição implacável montada por um bando de assassinos, é imperativo que Tomás decifre o criptograma e localize o DVD com o mais perigoso segredo do mundo.

A verdade oculta sobre a crise.

Numa aventura vertiginosa que nos transporta ao coração mais tenebroso da alta política e finança, José Rodrigues dos Santos volta a impor-se como o grande mestre do mistério. Além de ser um romance de cortar o fôlego, A Mão do Diabo divulga informação verdadeira e revela-se um precioso guia para entender a crise, conhecer os seus autores e compreender o que nos reserva o futuro.



Entre um livro e outro, desde que se proporcione vou lendo outros em formato digital. Aproveito para passar o tempo sempre que tenho que me deslocar para o emprego de comboio onde 50mn chegam e sobram.

Apesar de há tempos atrás, ter jurado a mim mesma que não voltaria a ler JRS, achei que seria uma boa opção, para ler no comboio, sem me chatear muito e sempre que não me interessasse passaria à frente. O problema é que passo tantas páginas à frente que em menos de vinte minutos passei de 40% de leitura para 70% só hoje. A ideia, muito à Dan Browm e quem se atreve a dizer isto:
CRÍTICAS DE IMPRENSA
«Melhor do que Dan Brown.»
Tros Nieuwsshow, Holanda
Não está bem!
Poderia ler-se bem, não fosse o excesso de informação desnecessária (seja verídica ou não - já sabemos que o JRS é um tipo inteligente e com muitos conhecimentos - escusa é de os por todos cá para fora, cada vez que escreve um livro).
Como é que pode ser fiável uma agente policial e um professor universitário andarem a fugir de quem os quer matar, ao mesmo tempo que procuram um DVD cheio de informações que levarão poderosos à ruína e à prisão e passam o tempo de fuga (seja onde for que estejam e por for que vão) a falar da crise na Europa, do euro etc. etc. como se com isso conseguissem resolver o problema em que estão atolados?
Já com o Dan Brown o excesso de informação, tende a tornar-se maçador e não é em tão grande quantidade! Agora imaginem este. Perdoem-me os fãs do JRS. Gosto das ideias para a ação, só não gosto de tanta palha pelo meio, sejam dados fidedignos ou não!
Gosto de saber coisas, mas quando os dados são em excesso, esmoreço.
Foi por isso que comecei a ler um livro dele e desisti... não sei porque me meti noutro outra vez!