segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Gritos do Passado


Sinopse
Numa manhã de um Verão particularmente quente, um rapazinho brinca nas rochas em Fjällbacka - o pequeno porto turístico onde decorreu a acção de A Princesa de Gelo - quando se depara com o cadáver de uma mulher. A polícia confirma rapidamente que se tratou de um crime, mas o caso complica-se com a descoberta, no mesmo sítio de dois esqueletos. O inspector Patrick Hedström é encarregado da investigação naquele período estival em que o incidente poderia fazer fugir os turistas, mas, sem testemunhas, sem elementos determinantes, a polícia não pode fazer mais do que esperar os resultados das análises dos serviços especiais. Entretanto, Erica Falk, nas últimas semanas de gravidez, decide ajudar Patrick pesquisando informações na biblioteca local e novas revelações começam a dar forma ao quadro: os esqueletos são certamente de duas jovens desaparecidas há mais de vinte anos, Mona e Siv. Volta assim à ribalta a família Hult, cujo patriarca, Ephraim, magnetizava as multidões acompanhado dos dois filhos, os pequenos Gabriel e Johannes, dotados de poderes curativos. Depois dessa época, e de um estranho suicídio, a família dividiu-se em dois ramos que agora se odeiam.

Iniciei as leituras de policiais suecos com A Princesa do Gelo de Camilla Lackberg e gostei tanto que depois desse foi a tetralogia de Mons Kallentoft quase em simultâneo com a trilogia Mllennium de Stieg Larson e agora muito tempo depois, li o segundo livro de Camilla.

A vida do casal Erica e o inspector Patrick presença em todos os livros, serve quanto a mim, para nos dar um momento para respirar dentro da acção, uma vez que esta, nos deixa de respiração suspensa, desejando saber o como, quem ou o porquê desde que a apresentação da acção a desenvolver se faz (no caso deste livro com o aparecimento do cadáver e dos dois esqueletos).

Com este segundo livro, comprova-se que embora o grupo de personagens se mantenha, os casos de cada livro, não estão interligados e podem ler-se por qualquer ordem, embora possamos perder a meada à vida do casal e de alguns dos outros personagens. Vidas essas que não influenciam os casos, mas para quem gosta de ler e de seguir determinado autor, poderão ser importantes.

A escrita de Camilla é acessível e não se torna pesada com excesso de descrição ou de pormenores técnicos, o que para os mais exigentes pode ser uma lacuna. Para mim, está óptimo, porque com certos autores esse excesso corta o ritmo de leitura da acção principal.

Depois de alguns meses de interregno nas leituras dos policiais suecos, já não posso esperar muito tempo sem seguir para o próximo Teia de Cinzas e se gostam de policiais, aconselho a testar um policial sueco, se ainda não o fizeram.