quarta-feira, 18 de junho de 2014

Estrada da Noite




Durante dezoito anos Jude Farraday colocou as necessidades dos filhos antes das suas. Os gémeos Mia e Zach são adolescentes inteligentes e felizes. Quando Lexi Baill chega àquela fechada comunidade, ninguém se mostra mais amistosa que Jude. Porém, numa noite de Verão, os seus piores receios concretizam-se. De um momento para o outro a família Farraday será desfeita e Lexi perderá tudo.
Nos anos seguintes, cada um deles terá de enfrentar as consequências daquela noite e arranjar maneira de esquecer... ou, coragem para perdoar os que se amam.


Quando me emprestaram este livro, resumiram a história e disseram é tão linda, tão linda, confesso que fiquei de pé atrás. Tinha todo o ar de um romance banal e tal e tal... eu com a mania...


Comecei a ler e a ideia do romance banal manteve-se, mas... Fez lembrar aqueles filmes, normalmente americanos, de adolescentes que se apaixonam, com famílias perfeitas de classe média alta e que a dada altura sofrem alguns contratempos, mais ou menos graves, mas que no fim tudo de resolve. E voltamos ao mas... a escrita é tão simpática e tão fluída que nos sabe bem ler a história banal, mais ou menos elaborada e até chegamos a torcer pelos personagens e a sentir um pouco o que eles sentem.
A personagem principal, Jude, teve momentos em que com tanta dor, tanto sofrimento que a tornou egoísta, fechada no seu sofrimento, esquecendo tudo e todos ao seu redor, me irritou.  Se calhar é assim que as pessoas reagem a uma dor muito forte.

Se quiserem ler, uma história bem escrita, leve e bonita, apesar do sofrimento no seu meio, podem ler esta que vão gostar.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Cem Anos de Solidão


«Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo.» Com estas palavras - tão célebres já como as palavras iniciais do Dom Quixote ou de À Procura do Tempo Perdido - começam estes Cem Anos de Solidão, obra-prima da literatura contemporânea, traduzida em todas as línguas do mundo, que consagrou definitivamente Gabriel García Marquez como um dos maiores escritores do nosso tempo. A fabulosa aventura da família Buendía-Iguarán com os seus milagres, fantasias, obsessões, tragédias, incestos, adultérios, rebeldias, descobertas e condenações são a representação ao mesmo tempo do mito e da história, da tragédia e do amor do mundo inteiro.


Este é o terceiro livro que leio de Gabriel Garcia Marquez. Os anteriores foram, Amor em Tempos de Cólera e Crónica de Uma Morte Anunciada.
Relativamente ao terceiro não aconteceu, porque a acção se passa em dias, mas a mestria com que o escritor nos faz passar por anos de vida das famílias, sem nos aborrecermos, quando damos por nós, passou um século, no caso deste livro e as personagens não estão perdidas, nem bafientas, são até muito recentes as do final, mas parece-nos que sempre estiveram presentes na história.
"Considerado um dos melhores livros de literatura latina já escritos, sua história passa-se numa aldeia fictícia e remota na América Latina chamada Macondo. Esta pequena povoação foi fundada pela família Buendía – Iguarán.
A primeira geração desta família peculiar é formada por José Arcadio Buendía e Úrsula Iguarán. Este casal teve três filhos: José Arcadio, que era um rapaz forte, viril e trabalhador; Aureliano, que contrasta interiormente com o irmão mais velho no sentido em que era filosófico, calmo e terrivelmente introvertido; e por fim, Amaranta, a típica dona de casa de uma família de classe média do século XIX. A estes, juntar-se-á Rebeca, que foi enviada da antiga aldeia de José Arcadio e Ursula, sem pai nem mãe.
A história desenrola-se à volta desta geração e dos seus filhos, netos, bisnetos e trinetos, com a particularidade de que todas as gerações foram acompanhadas por Úrsula (que viveu entre 115 e 122 anos). Esta centenária personagem dará conta que as características físicas e psicológicas dos seus herdeiros estão associadas a um nome: todos os José Arcadio são impulsivos, extrovertidos e trabalhadores enquanto que os Aurelianos são pacatos, estudiosos e muito fechados no seu próprio mundo interior.
Os Aurelianos terão ao longo do livro a missão de desvendar os misteriosos pergaminhos de Melquíades, o Cigano, que foi amigo de José Arcadio Buendía. Estes pergaminhos têm encerrados em si a história dramática da família e apenas serão decifradas quando o último da estirpe estiver às portas da morte."
E não há mais nada a dizer, porque tudo o que se disser é pura especulação, a não ser que aconselho a leitura.

Só um aparte, uma questão prática:


O que eu dava por este esquema e por esta informação quando estava a ler o livro. Confesso que houve alturas em que desesperei e tive que fazer um esforço extra para identificar correctamente cada personagem, tal era a repetição de nomes na família.