segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Anjos Perdidos em Terra Queimada

 
 

Sinopse:
É o verão mais quente de que os habitantes da província de Östergötland, no centro da Suécia, têm memória. A cidade de Linköping derrete com o calor e nas florestas os incêndios estão fora de controlo, tornando o ambiente sufocante. A inspectora Malin Fors é chamada ao parque municipal, onde uma adolescente foi encontrada nua e coberta de sangue.
Quem telefonou a informar que a encontrariam ali? E afinal o que é que realmente lhe aconteceu? Enquanto a polícia se debate para dar resposta a estas perguntas, outra rapariga desaparece e uma descoberta arrepiante tem lugar numa praia fluvial nos arredores da cidade. Malin, que tem uma filha adolescente, teme pela sua segurança e, provavelmente, não está a exagerar. Anjos Perdidos em Terra Queimada é o segundo volume da excepcional tetralogia de Mons Kallentoft que tem na inspectora Malin Fors a principal personagem que os leitores começaram a conhecer em Sangue Vermelho em Campo de Neve. Nesta nova história somos transportados para um enredo perturbador onde os preconceitos sexuais, a desconfiança face aos imigrantes, os amores desesperados e o ódio acumulado ao longo dos anos dão origem a um arrepiante cenário de crime e mistério.

E já está lido.

Confirma-se a forma de escrita de que gostei no primeiro livro que li do autor. A presença da inspetora e a comparação que faz da sua própria vida com a acção onde está envolvida.
A necessidade de que a sua própria vida atinja um objetivo, como se esse atingir lhe desse mais facilidade de resolver os casos que tem entre mãos.
E no final, para nos "enervar" e que aliás já desconfiavamos, a sua própria filha, é apanhada pelo criminoso. Esta situação é imaginada e indesejada várias vezes ao longo do livro, pela inspetora, de forma que já calculávamos que fosse acontecer.

Mas resolveu-se a bem e mal seria, se não se tivesse resolvido a bem e a tempo.

Houve uma proposta do autor, de enredar nesta ação uma das personagens do livro anterior. Uma vitima (a única que ficou sem criminoso associado), dando-nos a hipótese de que um dos suspeitos dos crimes deste livro, pudesse ter alguma coisa a ver com o seu ataque. Mas não desenvolveu. Ficou como mera hipótese, não sei se apenas para nos deixar a pensar no proximo, ou se serviu apenas para fazer a ligação com o anterior.

Também nunca chegamos a saber quem telefonou a dar conta da rapariga perdida no parque e os incêndios, não são cenário para os crimes, como se poderia calcular pelo titulo. São apenas o ambiente onde se desenrola parte da acção e servem para reforçar a ideia das elevadas temperaturas, que eu não acharia possiveis na Suécia.

Mais uma vez, aparece-nos um monólogo a itálico que já sabemos pela leitura do livro anterior, que pertence a uma das vitimas assassinadas. Quanto a mim, acho que foi exagerado, neste livro. Talvez porque já sabemos que pertence ao morto, não há necessidade de se prolongar, com pensamentos, desejos e pedidos de socorro nem sempre dirigidos para si, depois de sabermos quem é a vitima, como morreu e depois de ser encontrada. Começa a extenuar, porque perde o mistério e só ocupa espaço no livro, uma vez que não resolve nada.

Sinceramente acho que o primeiro (era o desconhecido) me cativou mais do que este. Não conhecia os personagens e achei mais aceitável um inverno gélido na Suécia do que um verão tórrido, mas a escrita é assim mesmo, a possibilidade de criarmos realidades alternativas.

Claro que já estou pronta para correr as duas estações do ano que me faltam. Não vou desistir. Gostei o suficiente para continuar.



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