É o primeiro livro que leio do autor e com tanto bem-dizer à sua volta, achei que o deveria fazer.
Vi uma série baseada em livros seus (Os Pilares da Terra) e não pude dizer que me cativasse. Mas, atentos, que uma série não é um livro e ficção histórica, não é o meu tema predilecto.
Portanto, quando soube do que tratava A Ameaça, não hesitei e li em uma semana, o que me parece um bom recorde para quem lê apenas um pedaço ao serão.
A escrita é muito fluente e não nos atrapalha com demasiados termos técnicos, apenas os suficientes e que são impostos pelo tema do livro. A acção decorre em um par de dias, sendo a ultima parte e a mais empolgante passada no serão da véspera de Natal.
Na altura do assalto ao laboratório, dei por mim a desejar que Kit conseguisse roubar o vírus sem que Toni Gallo chegasse a tempo de o deter, o que de fato aconteceu ou não teria graça.
Nessa altura e a dada altura, dei por mim a questionar-me por que razão estava do lado de Kit, um filho mal portado que desejava vingar-se de um pai que não estava para lhe aturar as loucuras e ao mesmo tempo livrar-se de uma dívida de jogo que punha a sua vida em risco, em prol de uma funcionária do laboratório, ex-policia, que queria a todo custo manter a segurança da empresa depois de um desagradável episódio de roubo, anterior e menos perigoso. Percebi depois de ler mais uma ou duas páginas. Ao contrário do que a maior parte dos leitores (críticos) dizem, devo confessar que Toni Gallo não me cativou.
Achei-a desinteressante, apenas interessada no seu amor (não correspondido ??? até ver) pelo patrão, bastante mais velho e no querer fazer boa figura, e na sua luta desinteressante com um ex-companheiro policia armado em bom, ou mau.
Dos outros personagens, gostei de Miranda e de Craig. A primeira sem grandes heroísmos e o segundo com heroísmos de um jovem assustado, deram o seu contributo na resolução do assunto, concluído por Toni Gallo que airosamente mostrou que tinha sido uma boa policia se continuasse por essa via, e tinha que mostrar alguma coisita mais.
A conclusão demasiado melosa e em uma vertente mais erótica, não me disse nada e foi suficientemente curta para não aborrecer e ficarmos a saber o fim de todos os criminosos.
Houve um elemento de suavidade e quase hilariante na história, a cortar alguns dos momentos mais densos do livro, a mãe de Toni Gallo que está comodamente sentada à lareira, ao lado da árvore de Natal, a fazer festas a um cachorro que tem ao colo, enquanto ao seu redor se desenrolam lutas e tiros, em um alheamento que nos confirma o padecer de Alzheimer já dado a entender desde a sua primeira aparição no livro.
Acho que não vai ser o único Ken Follet que me vai passar pelos olhos.
1 comentário:
obrigado pelas melhoras da kika :)
beijinho
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