A psicoterapeuta Sofia Zetterlund está a tratar dois pacientes fascinantes: Samuel Bai, um menino-soldado da Serra Leoa, e Victoria Bergman, uma mulher que tenta lidar com uma mágoa profunda da infância. Ambos sofrem de transtorno dissociativo de personalidade.
A agente Jeanette Kihlberg, por seu lado, investiga uma série de macabros homicídios de meninos em Estocolmo. O caso está a abalar a investigadora, mas não tem tido grande destaque devido à dificuldade em identificar os meninos, aparentemente de origem estrangeira.
Tanto Jeanette como Sofia são confrontadas com a mesma pergunta: quanto sofrimento pode um ser humano suportar antes de se tornar ele próprio um monstro?
À medida que as duas mulheres se vão aproximando cada vez mais uma da outra, intensificam-se os segredos, as ameaças e os horrores à sua volta.
Desde algum tempo a esta parte que me vou dedicando à leitura de autores suecos.
Os livros, de uma forma geral versam sobre crimes, atrocidades que quase, apenas quase, nos custam a acreditar que possam ser cometidos por seres humanos, mas sabendo como o ser humano por natureza é desumano e tudo o que tem de bom é uma dádiva que deve ser acarinhada, não estranhamos.
O pior é quando damos de caras com um livro deste género.
Enlaça a investigação criminal com a investigação da psicanálise e vamos sendo expostos a relatos de crimes pedófilos que nos dão vontade de fechar o livro, respirar fundo e pensar: sim, é verdade, sabemos que existe, mas não precisamos saber detalhes.
Acontece no entanto que apesar de tão negro, está tão bem escrito que nos cativa e entre a vida da psicoterapeuta Sofia e da detective Jeanette damos por nós a querer saber mais para confirmarmos que as nossas suspeitas estão certas.
Ou talvez erradas, ou afinal nem uma coisa nem outra porque apesar de parecer, nada é o que nos parece e quando chegamos à ultima parte do livro, damos conta de que as nossas suspeitas afinal não são assim tão infundadas, alterando apenas o objeto/personagem das mesmas. Ou não!
Se gostam de literatura negra, aconselho, pois é do mais negro que há e apesar de todas as repulsas e stresses que a leitura desta obra nos provoca, também nos oferece um final que nos vai obrigar a ler os restantes volumes desta trilogia, por muito negros que sejam.
4 comentários:
Tenho lido muita "coisa" de autores nórdicos.
Fiz uma pausa e estou "prisioneira" do fantástico, admirável, único, "PINTASSILGO"
Feliz natal.
Beijo
Maria João estou a ler "O meu irmão" de Afonso Reis Cabral, em perfeito êxtase! É uma descoberta incrível que me deixa maravilhada em cada linha! Tão bom!
Beijo
Incrivel
tarasemanias.pt
Maria João, muito obrigada pelo comentário.
Esclareço que ao serão, bordo! Sou assim, muito prendada.
Beijinhos
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