domingo, 14 de março de 2010

O Braço Esquerdo de Deus


“Escutem. O Santuário dos Redentores, em Shotover Scarp, é uma mentira infame, pois lá ninguém encontra santuário e muito menos redenção.”

O Braço Esquerdo de Deus tem como cenário o Santuário dos Redentores, um lugar vasto e isolado – um lugar sem alegria e esperança. A maior parte dos seus ocupantes foi levada para lá ainda em criança e submetida durante anos ao brutal regime dos Redentores, cuja crueldade e violência têm apenas um objectivo – servir a Única e Verdadeira Fé. Num dos lúgubres e labirínticos corredores do Santuário, um jovem acólito ousa violar as regras e espreitar por uma janela. Terá talvez uns catorze ou quinze anos, não sabe ao certo, ninguém sabe, e há muito que esqueceu o seu nome verdadeiro − agora chamam-lhe Cale. É um rapaz estranho e reservado, engenhoso e fascinante. Está tão habituado à crueldade que parece imune a ela, até ao dia em que abre a porta errada na altura errada e testemunha um acto tão terrível que a única solução possível é a fuga.

Mas os Redentores querem Cale a qualquer preço. Não por causa do segredo que ele sabe mas por outro de que ele nem sequer desconfia.

Thomas Cale não é apenas um acólito em fuga, é uma profecia: é o braço esquerdo de Deus, o anjo da morte que querendo, pode destruir o mundo e que deve ser capturado pelos redentores sob qualquer custo, para uso de Cale a seu bel-prazer.

Gostei muito do livro pois gosto deste tipo de histórias e de personagens, mas decididamente não aprecio trilogias, a não ser que quando comece a ler o primeiro livro, já tenha em meu poder o segundo e o terceiro. De outra forma, termina-se o primeiro livro e fica-se com água na boca à espera dos outros, sem previsão de chegada.
Prefiro cem vezes um livro apenas, ainda que com 1000 páginas e ter a história terminada no seu final. Claro que o pior é quando temos um livro de quase 1000 páginas e é ele também o primeiro de uma trilogia. E aí o desespero ainda é maior.
Refiro-me claro, ao Nome do Vento e devo dizer que se tiver de escolher apenas o seguimento de uma das trilogias, escolherei o Nome do Vento.
Kvothe é um adulto a relatar a sua própria historia, temos a certeza que mal ou bem, sobrevive;
Thomas Cale tem a sua historia contada no presente, por um narrador e não sabemos como poderá acabar. É um tipo de ansiedade, que não me agrada sobremaneira.
Gosto de algum suspense na leitura, mas gosto mais de ouvir os relatos de coisas que já sucederam quando já sabemos que os seus protaginostas ficam bem.
Isto é apenas uma opinião pessoal e uma pequena comparação, longe de o ser e longe de ser uma critica, aos dois livros.
Gostei dos dois, com as devidas diferenças entre eles e se puder, seguirei os dois.

A quem me pergunte é mais um livro do qual aconselho a leitura. Dentro do estilo de fantasia, encontramos muitas situações do mundo real, devidamente enquadradas no ambiente do livro. E é um livro que se lê muito bem. A história cativa e Thomas Cale é deveras um personagem desconcertante. Demasiado frio e mortal para tão jovem e demasiado jovem para tão poderoso.

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