domingo, 22 de setembro de 2013

A Passagem

Já percebi porque me falham sempre os propósitos de ler livros pela ordem que me proponho quando os tenho: aparece sempre um novo que se mete pelo meio.


Sinopse - A Passagem - A Passagem - Livro 1 - Justin Cronin

Quase um século depois que uma pesquisa científica financiada pelo Exército dos Estados Unidos foge do controle, tudo o que resta é uma paisagem apocalíptica. As cobaias utilizadas nos experimentos – prisioneiros a caminho do corredor da morte – escaparam do laboratório e iniciaram uma terrível carnificina, alimentando-se de qualquer ser com sangue nas veias e espalhando por todo o continente o vírus inoculado nelas.
Um em cada 10 habitantes pode ter sido infectado. Os outros nove se tornaram presas desses virais, criaturas animalescas extremamente ágeis e fortes cujos únicos pontos fracos parecem ser a hipersensibilidade à luz e uma pequena área frágil próxima ao esterno.
Em uma fortificação construída nas montanhas, cercada de muralhas de cimento e holofotes super potentes, uma comunidade tenta sobreviver aos constantes ataques nocturnos. Mas a precária estrutura que a protege está com os dias contados: as baterias que alimentam as luzes começam a falhar e uma invasão é iminente.
Não se sabe o que aconteceu ao resto do mundo: a comunicação foi cortada, não há governo e o Exército nunca cumpriu a promessa de voltar. Provavelmente estão todos mortos. Mas a chegada de uma misteriosa andarilha traz novas expectativas: ao que tudo indica, ela tem as mesmas habilidades dos virais, mas não sua necessidade de sangue. Agarrando-se a essa esperança, um grupo parte da Colónia para buscar mais sobreviventes – e a verdade fora dos muros.
Com uma narrativa tensa e bem-estruturada, Justin Cronin constrói personagens de complexidade psicológica surpreendente. Na transição do mundo que conhecemos para um que não poderíamos imaginar encontra-se uma humanidade sitiada pelos próprios erros.

É curioso que, embora goste de ver filmes sobre futuros próximos durante ou após catástrofes, epidemias ou o que seja do género, raramente me preocupo em procurar livros sobre esses temas. Acho que tenho receio que me desiluda ou que o livro não seja tão espectacular como o filme (só neste tema, porque ninguém me verá trocar um livro por um filme, qualquer que seja).

Por mero acaso, nem me recordo se foi em algum blogue, deparei-me com esta sinopse, li as primeiras páginas e decidi que tinha que ler o livro.
E li. Não ultrapassei nenhum recorde de leitura, mas interrompi um que começara e em uma semana e apenas em alguns pedaços livres, mas eficientes, li o livro.

O primeiro parágrafo da sinopse refere-se ao inicio do livro e nós começamos a dedicar-nos aos personagens apresentados nesta parte. Mas a dada altura, o tempo passa apressado, urgente, e somos apresentados a uma nova época na triste história desta humanidade e todo o resto do livro é passado com novos personagens.
Personagens esses que nos são apresentados de uma forma cativante pelo autor e os iniciais que achávamos eram os únicos sobre quem queríamos ler, passam para um segundo plano e são estes agora, magistralmente apresentados que nos interessam e a quem nos dedicamos.

Independentemente do tema ser do interesse geral, ou não, o autor consegue prender-nos à narrativa e deixar-nos à espera de saber mais. É magistral o apresentar dois grupos com o mesmo destino, viajando de formas diferentes e o sabermos primeiro o que sucede com o segundo grupo a chegar, para ficarmos desejando saber o que aconteceu quando o primeiro chegou. Faz isto ao longo do livro e leva-nos a reencontrar personagens que julgamos perdidos para sempre e a dar como perdidos alguns que julgávamos tinham ficado em algum lugar.

E chegamos ao final do livro, sem saber o que aconteceu ou vai acontecer e desejando ler o livro seguinte para saber...
Só lamento ter lido uma versão em português brasileiro. Não me desiludiu na leitura, mas desconsolou-me com a escrita. Nada que não se ultrapasse dado o suspense de todo o livro.

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