sexta-feira, 6 de junho de 2014

Cem Anos de Solidão


«Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo.» Com estas palavras - tão célebres já como as palavras iniciais do Dom Quixote ou de À Procura do Tempo Perdido - começam estes Cem Anos de Solidão, obra-prima da literatura contemporânea, traduzida em todas as línguas do mundo, que consagrou definitivamente Gabriel García Marquez como um dos maiores escritores do nosso tempo. A fabulosa aventura da família Buendía-Iguarán com os seus milagres, fantasias, obsessões, tragédias, incestos, adultérios, rebeldias, descobertas e condenações são a representação ao mesmo tempo do mito e da história, da tragédia e do amor do mundo inteiro.


Este é o terceiro livro que leio de Gabriel Garcia Marquez. Os anteriores foram, Amor em Tempos de Cólera e Crónica de Uma Morte Anunciada.
Relativamente ao terceiro não aconteceu, porque a acção se passa em dias, mas a mestria com que o escritor nos faz passar por anos de vida das famílias, sem nos aborrecermos, quando damos por nós, passou um século, no caso deste livro e as personagens não estão perdidas, nem bafientas, são até muito recentes as do final, mas parece-nos que sempre estiveram presentes na história.
"Considerado um dos melhores livros de literatura latina já escritos, sua história passa-se numa aldeia fictícia e remota na América Latina chamada Macondo. Esta pequena povoação foi fundada pela família Buendía – Iguarán.
A primeira geração desta família peculiar é formada por José Arcadio Buendía e Úrsula Iguarán. Este casal teve três filhos: José Arcadio, que era um rapaz forte, viril e trabalhador; Aureliano, que contrasta interiormente com o irmão mais velho no sentido em que era filosófico, calmo e terrivelmente introvertido; e por fim, Amaranta, a típica dona de casa de uma família de classe média do século XIX. A estes, juntar-se-á Rebeca, que foi enviada da antiga aldeia de José Arcadio e Ursula, sem pai nem mãe.
A história desenrola-se à volta desta geração e dos seus filhos, netos, bisnetos e trinetos, com a particularidade de que todas as gerações foram acompanhadas por Úrsula (que viveu entre 115 e 122 anos). Esta centenária personagem dará conta que as características físicas e psicológicas dos seus herdeiros estão associadas a um nome: todos os José Arcadio são impulsivos, extrovertidos e trabalhadores enquanto que os Aurelianos são pacatos, estudiosos e muito fechados no seu próprio mundo interior.
Os Aurelianos terão ao longo do livro a missão de desvendar os misteriosos pergaminhos de Melquíades, o Cigano, que foi amigo de José Arcadio Buendía. Estes pergaminhos têm encerrados em si a história dramática da família e apenas serão decifradas quando o último da estirpe estiver às portas da morte."
E não há mais nada a dizer, porque tudo o que se disser é pura especulação, a não ser que aconselho a leitura.

Só um aparte, uma questão prática:


O que eu dava por este esquema e por esta informação quando estava a ler o livro. Confesso que houve alturas em que desesperei e tive que fazer um esforço extra para identificar correctamente cada personagem, tal era a repetição de nomes na família.

2 comentários:

José Marcos Serra disse...

Há dois meses, no Clube de Leitura do Museu Ferreira de Castro, lemos e analisámos o Amor nos Tempos de Cólera. Uma forma revolucionária de dizer as coisas e definir almas.
Foi o meu segundo, dele; o primeiro, Memória de Minhas Putas Tristes nao tinha deixado uma impressão por aí além. O terceiro dele será os Cem Anos de Solidão.
Bem haja por estas partilhas.
Zé Marcos Serra

O meu pensamento viaja disse...

Maria João, reli há pouco tempo esta mesma obra e, curiosamente, também me detive na genealogia complicada.
Sabe que me apetece ler pela terceira vez?
Acho que por muitas leituras que se faça, sempre permanece um universo de questões a descobrir.
Obrigada pelo seu comentário.
Tenha um feliz fim de semana.