Liverpool, 1893. Os sonhos de Beth são desfeitos quando ela, o irmão Sam e a irmã mais nova, Molly, ficam órfãos. As suas vidas, até então tranquilas e seguras, sofrem uma dramática reviravolta. Para escapar a um futuro de miséria e servidão, Sam e Beth decidem arriscar tudo, atravessar o Atlântico e partir à conquista do sonho americano. Mas Molly é demasiado pequena para os acompanhar e os irmãos vêem-se obrigados a tomar uma decisão que os marcará para sempre: deixá-la em Inglaterra, a cargo de uma família adoptiva.
A bordo do navio para Nova Iorque não faltam vigaristas e trapaceiros, mas o talento de Beth com o violino conquista-lhe a alcunha de Cigana, a amizade de Theo, um carismático jogador de cartas, e do perspicaz Jack. Juntos, os jovens vão começar de novo num país onde todos os sonhos são possíveis.
Para a romântica Beth, esta será a maior aventura da sua vida. Conseguirá a Cigana voltar a encontrar um verdadeiro lar?
Antes de avançar na minha opinião vou dizer já que estou a começar a preocupar-me. Ando a ler muito livro que algures no meio do drama principal, descamba em uma história de amor.
Tive a oportunidade de ler e como tal lancei mãos à obra, até porque já tinha lido dois livros da autora. Ok, eram também histórias de amor, encaixadas no meio do drama principal, tal como este e embora tenha gostado de os ler, não são coisas que adore por aí além.
A narrativa em si é mão cheia. Rica em descrições de atos, de sentimentos e de aventuras e desventuras ao longo de menos de meia dúzia de anos na vida dos personagens.
Ele foram perdas de familiares, perda de lugares para viver, arranjar outros e viver sonhos que se interrompem a dada altura. Cruzar mares, conhecer pessoas, viver um amor platónico com uma pessoa que foi substituído por um amor carnal com outra, perder dinheiro que se ganhou, para ganhar mais tarde outro, esquecer amores, reencontrar outros e mais não digo ou tenho que dizer o que não devo e quem não leu vai ficar a saber tanto quanto eu.
Isto para dizer que achei um bocado demais, tanta aventura e desventura num espaço de tempo tão curto, mas que fazer? Quem escreve tem o direito de o fazer como quer e quem lê, aguenta. Claro que a dada altura da leitura estive quase a por de lado o livro, estava a ficar cansada de tanto. Mas, tal como os personagens, já que tinha chegado a mais de metade - no meu caso, do livro, se calhar era melhor ir até ao fim. Não me arrependi, e tirando esse excesso gostei, embora não fosse o meu género, porque as descrições estão muito bem conseguidas e a tal ponto bem apresentadas que numa das alturas fiquei triste pelo destino de um dos personagens. E se um livro me faz ficar triste, quando tantos me fazem rir, é porque me tocou de alguma forma.
O final, para não fugir à regra geral, apresentou-se com mais uma aflição e nessa altura, soprei literalmente enquanto lia e pensava - outra vez?! outra desgraça?! Foi resolvida, irritou-me ter acontecido, apesar de ter acabado da forma que acabou - não posso dizer de outra maneira para não dar dicas, mas por isso e tudo o resto, lembrem-me de não ler mais nenhum da autora. Pelo menos para já.
Quanto ao título, não tem nada a ver com nada. A tradução do original Gipsy, ou até manutenção do mesmo seria mais indicada, embora ainda assim não me convencesse. A melodia a que se refere o título, é a melodia que Beth toca quase no fim e que em som (no caso do livro descrições de memórias revividas por um dos personagens) retrata tudo o que passaram naqueles anos e os sentimentos que cada passagem lhes deixou.
2 comentários:
Guardo a sugestão!
beijo
Ainda não li , mas fiquei curiosa :)
Beijinhos
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