segunda-feira, 6 de julho de 2015

O Silo


Num mundo pós-apocalíptico, encontramos uma comunidade que tenta sobreviver num gigantesco silo subterrâneo com centenas de níveis, onde milhares de pessoas vivem numa sociedade completamente estratificada e rígida, e onde falar do mundo exterior constitui crime. As únicas imagens do que existe lá fora são captadas de forma difusa por câmaras de vigilância que deixam passar um pouco de luz natural para o interior do silo. Contudo há sempre aqueles que se questionam... Esses são enviados para o exterior com a missão de limpar as câmaras. O único problema é que os engenheiros ainda não encontraram maneira de garantir que essas pessoas regressem vivas. Ou, pelo menos, assim se julga...

Não o li em nenhum record de tempo, mas li rapidamente. E isso significa que lemos e lemos e queremos saber o que vai acontecer.
Hugh Howey tem uma escrita fluída, com apenas uma condicionante, pelo menos neste livro que é o único que até agora li dele, demasiados detalhes. Houve alturas em que me "perdi" na arquitectura daquele silo, no labirinto dos corredores e câmaras de cada nível. Não me prejudicou em nada e às vezes acho que tal confusão, apesar de tão detalhadamente exposta, serviu para imaginar até que ponto será claustrofóbico viver num local daqueles. De tal forma, que quando no inicio, Holston, uma das personagens que foi condenada à limpeza, eu já desejava que ao chegar lá fora, visse um mundo diferente do que as câmaras "nos" davam a conhecer e ficasse a viver, de alguma forma, no exterior.Mas não, assim o livro não teria razão de se chamar O Silo.

Embora não especialmente de ler livros em que a maior parte da narração é interrompida por cenas passadas, para nos justificar aquela acção do presente que estamos a ler, gostei da forma, como nos primeiros capítulos, o autor nos apresenta uma situação (que pela sinopse sabemos que se trata de uma sentença de morte a quem se atrevia a por em causa) e no capítulo seguinte voltávamos atrás (mas já após a parte em que conhecemos a personagem) para sabermos como ela tinha chegado aí. E lá voltava eu a desejar que agora aquela personagem conseguisse viver no exterior. Está visto que a claustrofobia, ainda que discretamente apresentada, estava lá. A sociedade tem que ter regras para funcionar, mas regras baseadas no terror não são funcionais.

Gostei muito de Juliette. Uma mulher sem dúvidas e sem conflitos interiores que a tornassem uma "apertadinha" do estilo não sei o que faço ou vá fazer. Nada disso. Tomava os assuntos que pretendia resolver nas mãos e seguia em frente, sem perder tempo. É aquele tipo de personagem que neste tipo de histórias, vai dar a volta a tudo tal como um tornado ou um libertador. E são as ações de Juliette que fazem a história deste livro.


Não digo mais nada, ou vou estragar a surpresa de quem ainda não leu e deseje ler, embora gostasse mesmo de dizer mais algumas coisas, mas ia ser spoiler, de certeza.

No final deste silo, tive a oportunidade de ler o primeiro capitulo do livro que se segue e que não é nada mais nada menos do que a história anterior a esta. Ora, tendo nós lido, a vida de uma humanidade pós-apocalíptica em silos, há-de ser interessante recuar e saber como se chegou lá exatamente, pois a dada altura nos finais do primeiro livro, há uma espécie de uma explicação muito pouco detalhada de uma personagem a outra.

É uma distopia, claro. Que pelo visto, anda agora muito na moda, porque os autores já chegaram à conclusão que a realidade atual, deixou de ser interessante e dedicam-se ao futuro e sempre a um futuro negro. Mundos pós-Apocalipse (alterando o significado do nome, já que Apocalipse é o fim, o derradeiro ato do mal, desejando que se sobreviva ao mesmo, porque sim), onde as sociedades vencem pelo medo, sujeitas a opressões sem fim, onde o simples fato de se desejar respirar é crime que se paga com a vida.



terça-feira, 16 de junho de 2015

Coleccionar livros... por ler...

Eu gosto mesmo é de coleccionar livros por ler...
Ainda não consegui ler metade da primeira mini pilha de livros recém adquiridos e já andei à cata de outros (para o kindle).


terça-feira, 19 de maio de 2015

Nunca me Encontrarão


Charles Boxer arruinou a sua vida familiar. Primeiro o exército, depois a polícia, seguindo-se missões de alto risco de resgate de vítimas de rapto. A ex-mulher e a filha aprenderam a viver sem ele à medida que o seu trabalho o foi levando a lugares de onde nenhum homem regressa ileso. A tentativa de reconstruir um relacionamento com Amy, a sua filha adolescente, não tem sido fácil. Mas Boxer só percebe a que ponto as coisas chegaram quando Amy desaparece, provocando os pais com as últimas palavras do seu bilhete: «Nunca me Encontrarão.» Porque não querem receber as notícias que todos os pais temem, Charles Boxer e Mercy Danquah aceitam o desafio. No entanto, depois de ter passado anos a localizar vítimas de rapto, Boxer sabe que, às vezes, o desaparecido não quer ser encontrado. E conhece o inferno que isto traz para as famílias – não está vivo nem morto, simplesmente desapareceu. Agora que o perigo lhe bateu à porta tem que desvendar o caso mais difícil em que alguma vez trabalhou.

Sabem quando nos dá uma branca? Deu-me uma dessas ou doutras, porque de vez em quando vinha ao blogue para visitar os blogues que tenho em lista e olhava para o meu ultimo post e pensava: isto está muito desatualizado.

Claro que estava, porque lido o primeiro livro dos cinco previstos, esqueci-me!

Não porque fosse desagradável, mas porque me esqueci e pronto.

E vamos lá ao comentário que com tanto esquecimento, não será o mais fiável.

Gostei. Aliás eu já conhecia Robert Wilson de outra leitura. Gosto da forma como escreve e gostei da forma como neste livro, enredou duas histórias que nada tinham uma a ver com a outra. Apenas as pessoas nelas envolvidas, estavam envolvidas uma com a outra e com um dos enredos.

Amy desaparece conforme diz na sinopse e deixa um bilhete provocador: Nunca me encontrarão. E quando começamos a ver a preparação do desaparecimento de Amy dá-nos vontade de lhe dar um par de estalos e de lhe dizer o que alguém mais à frente diz: a adolescência não é um mar de rosas, mas temos que respirar fundo e avançar. E o avançar não é culpar tudo e todos e fugir.

Mas a dada altura (atenção a spoiler!!!) pensamos: tens razão Amy, assim ninguém te vai encontrar, miúda estúpida!
Da boca para fora, claro, porque até ficamos chocados (mais ou menos). E achamos que é daqueles livros em que as buscas pelo desaparecido, não vão dar em nada, quando o suposto desaparecido é morto nas primeiras páginas! E se calhar o enredo do livro é a luta de quem procura e o sofrimento de quem não encontra e Robert Wilson é bom nisso.

Mas não! Afinal não é bem como o principio nos leva a crer e a busca vai ser bem sucedida. Aliás, os dois casos vão ser bem sucedidos! 
Falei demais? Provavelmente e lamento if has spoiled as expectativas de quem ainda não leu.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Estou feliz... (por norma sou feliz)

Normalmente tenho livros por ler, em casa.
Heranças, ofertas, qualquer coisa que me faz chegar às mãos (estantes) livros que nunca vou ler.
Por isso estão por ler...
Mas ao dia de hoje, tenho livros para ler, em casa.
Nada mais, nada menos do que cinco livros. Quatro de minha escolha, um de escolha alheia que até me apela à curiosidade.

Sapatos de Rebuçado, Joanne Harris


Sapatos de Rebuçado é mais uma viagem ao mundo encantado de Joanne Harris. Um (esperado) regresso a Chocolate.
Após ter abandonado a aldeia de Lansquenet-sur-Tannes, cenário de Chocolate, Vianne Rocher procura refúgio e anonimato em Paris, onde, juntamente com as suas filhas Anouk e Rosette, vive uma vida pacífica, talvez até mesmo feliz, por cima da sua pequena loja de chocolates. Não há nada fora de comum que as destaque de todos os outros. A tempestade que caracterizava a sua vida parece ter acalmado... Pelo menos até ao momento em que Zozie de l’Alba, a mulher com sapatos de rebuçado, entra de rajada nas suas vidas e tudo começa a mudar… 
Mas esta nova amizade não é o que parece ser. Impiedosa, retorcida e sedutora, Zozie de l’Alba tem os seus próprios planos - planos que vão despedaçar o mundo delas. E com tudo o que ama em jogo, Vianne encontra-se perante uma escolha difícil: fugir, tal como fez tantas outras vezes, ou confrontar o seu pior inimigo… 
Ela própria.


Nunca me Encontrarão,  Robert Wilson

Charles Boxer arruinou a sua vida familiar. Primeiro o exército, depois a polícia, seguindo-se missões de alto risco de resgate de vítimas de rapto. A ex-mulher e a filha aprenderam a viver sem ele à medida que o seu trabalho o foi levando a lugares de onde nenhum homem regressa ileso. A tentativa de reconstruir um relacionamento com Amy, a sua filha adolescente, não tem sido fácil. Mas Boxer só percebe a que ponto as coisas chegaram quando Amy desaparece, provocando os pais com as últimas palavras do seu bilhete: «Nunca me Encontrarão.» Porque não querem receber as notícias que todos os pais temem, Charles Boxer e Mercy Danquah aceitam o desafio. No entanto, depois de ter passado anos a localizar vítimas de rapto, Boxer sabe que, às vezes, o desaparecido não quer ser encontrado. E conhece o inferno que isto traz para as famílias – não está vivo nem morto, simplesmente desapareceu. Agora que o perigo lhe bateu à porta tem que desvendar o caso mais difícil em que alguma vez trabalhou.

As Mãos Desaparecidas, Robert Wilson

Mario Vega tem sete anos e a sua vida vai mudar para sempre. Numa casa de um subúrbio rico de Sevilha, o pai jaz morto no chão da cozinha e a mãe foi sufocada na sua própria cama. Inicialmente parece ser um suicídio, mas o inspector-chefe Javier Falcón tem as suas dúvidas quando encontra um enigmático bilhete amarrotado na mão do morto. 
Sob o calor brutal do Verão, Falcón inicia a investigação à obscura vida de Rafael Vega e começa a receber ameaças da máfia russa que opera na cidade há algum tempo. A sua investigação aos vizinhos de Vega levam-no a um casal americano com um passado devastador e ao tormento de um actor famoso, cujo único filho se encontra na prisão por um crime terrível. 
Seguem-se mais dois suicídios - um deles o de um polícia graduado - e um incêndio florestal que alastra pelas colinas de Sevilha. Falcón tem agora de desvendar a verdade, revelando que está tudo ligado e que há mais um segredo na vida sinistra de Rafael Vega.

O Fator Humano, Grahan Greene

Os Grandes Mistérios da História, vários autores

Agora vamos lá se vou dar conta destas leituras em prazos decentes... claro que o quinto é mais de leitura tipo consulta. Sem principio, meio ou fim estipulados.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Contagem Decrescente




Sinopse
31 de Dezembro. Passagem de ano.
Rodrigo Tavares, um proeminente detective da Polícia Judiciária, encontra-se em Almada para assistir ao espectáculo pirotécnico quando recebe um telefonema que muda a sua vida por completo, levando-o a perceber que tinha chegado o momento que tanto temera: a concretização de uma ameaça homicida proferida pelo assassino que mais lhe custara capturar no passado.
Rodrigo tem até dia 15 de Janeiro para deter o assassino, ou as consequências serão devastadoras. E não apenas para si.
Quando o detective observa a forma excruciante e desumana como a primeira vítima fora assassinada, percebe a importância e a seriedade do que está a acontecer, e é então que começa a corrida contra o tempo.
O que começa por ser uma caça ao homem transforma-se rapidamente em algo muito maior e aterrorizador. Ao mergulhar num mundo de trevas e muitas dúvidas, medo e desespero, Rodrigo receia o futuro como nunca antes o fizera.
E agora passando à critica propriamente dita, esclareço desde já que se a mesma raiar um spoiler ,lamento, mas nunca poderia criticar devidamente, deixando coisas por dizer.
Gostei da escrita, gostei muito mesmo. Fluída, clara, fresca, ao ponto de estarmos sempre dispostos a continuar a ler. E a acção, é a de um bom policial, sem confusões, mas com todas as complicações que um "bom" crime arrasta consigo. Houve descrições que eram prescindíveis (como por exemplo: que me interessa a mim que o kit de criminologia do Rui, tenha cinco pinças, seis rolos de fita, ou post its? Não liguem às quantidades, foi apenas um exemplo.
Acho que as cenas de Fábio e Óscar com as namoradas podiam ter tido menos assunto, e a dada altura até achei que as meninas estavam envolvidas nos crimes de Valter, de alguma forma, mas sou só eu que sou maquiavélica. E uma parte a favor de um autor, é levar-nos a pensar uma coisa e ela ser outra. Por isso, estás de parabéns Bruno Franco.
Voltando à escrita e à forma interessante como o autor descreve a sua acção, só tenho a lamentar que essa fluidez de escrita, volta não volta fosse interrompida por uma acção no passado que me irritou muito. Não gosto, não só neste livro, mas em qualquer bom livro, de ser interrompida na minha linha de leitura e raciocínio por uma acção no passado. Quanto a mim não precisava dessa explicação sobre a vida de Afonso, sobre o como chegou onde chegou e porque fez o que fez. Não quero saber, não me interessou nada e dei por mim a saltar linhas para chegar rapidamente ao presente. 
A minha sorte é que esta acção, teve poucos capítulos e tirando o primeiro que inicialmente me baralhou, sempre que lá chegava, já sabia onde estava e suspirava de enfado.
Quanto à acção principal em si, só notei um aspecto fraco na coisa. Atenção: spoiler - podem parar por aqui, saltar este parágrafo e ler apenas o próximo.
Eu jamais poria os policias apenas uma hora antes do prazo limite a guardar o exterior das portas, em especial depois de terem percebido a tipo de preparação que o segundo crime teve e, jamais me ficaria pelo exterior. Arranjaria forma de me infiltrar no interior do mosteiro e esperar o seu encerramento ao publico. Nem que escondesse algum deles dentro da pia de água benta, ou debaixo de um banco ou de um altar. Cada vez que lia as preparações, só me apetecia dizer: dahh!! estão armados em ingénuos, meus! Quando me apanhei nos últimos capítulos a ler o que li, pensei: este autor é daqueles que termina quase quinhentas e trinta páginas de acção, nas ultimas duas, ou é dos que deixa o assunto pendente? É dos que deixa o assunto pendente.
Quanto aos personagens, tenho muito pouco contra, a não ser sobre o nosso protagonista Rodrigo, um bom detective, profissional, com um carácter sério e de mauzão com bom coração, que apesar de ter tido um passado trágico, já devia ter estaleca suficiente para não se deixar abater tanto de cada vez que as coisas lho faziam lembrar. No segundo crime, ai que me lembra a morte da mana e vou desmoronar a chorar; na tentativa do terceiro, ai que o assassino é fulano e tal (isto sou eu a tentar não ser spoiler) e vou ficar aqui a pensar na morte da bezerra, ou melhor da mana, e deixo o gajo fugir. Acho que era mesmo aí, depois dos milésimos de segundo do espanto inicial que lhe saltava em cima e lhe acabava com o sopro. Claro que se assim fosse, se calhar não haveria terceiro livro...
Bem, já desabafei tudo e desabafei da forma que me soou melhor e concluo dizendo, se ainda não leram Bruno Franco, estão à espera de quê?
Não li o primeiro livro, mas tenho a certeza que com a prática e o valioso contributo dos críticos, o terceiro vai ser ainda melhor!


terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A Rapariga Corvo







A psicoterapeuta Sofia Zetterlund está a tratar dois pacientes fascinantes: Samuel Bai, um menino-soldado da Serra Leoa, e Victoria Bergman, uma mulher que tenta lidar com uma mágoa profunda da infância. Ambos sofrem de transtorno dissociativo de personalidade. 
A agente Jeanette Kihlberg, por seu lado, investiga uma série de macabros homicídios de meninos em Estocolmo. O caso está a abalar a investigadora, mas não tem tido grande destaque devido à dificuldade em identificar os meninos, aparentemente de origem estrangeira. 
Tanto Jeanette como Sofia são confrontadas com a mesma pergunta: quanto sofrimento pode um ser humano suportar antes de se tornar ele próprio um monstro?
À medida que as duas mulheres se vão aproximando cada vez mais uma da outra, intensificam-se os segredos, as ameaças e os horrores à sua volta.


Desde algum tempo a esta parte que me vou dedicando à leitura de autores suecos. 
Os livros, de uma forma geral versam sobre crimes, atrocidades que quase, apenas quase, nos custam a acreditar que possam ser cometidos por seres humanos, mas sabendo como o ser humano por natureza é desumano e tudo o que tem de bom é uma dádiva que deve ser acarinhada, não estranhamos.
O pior é quando damos de caras com um livro deste género.

Enlaça a investigação criminal com a investigação da psicanálise e vamos sendo expostos a relatos de crimes pedófilos que nos dão vontade de fechar o livro, respirar fundo e pensar: sim, é verdade, sabemos que existe, mas não precisamos saber detalhes. 
Acontece no entanto que apesar de tão negro, está tão bem escrito que nos cativa e entre a vida da psicoterapeuta Sofia e da detective Jeanette damos por nós a querer saber mais para confirmarmos que as nossas suspeitas estão certas.
Ou talvez erradas, ou afinal nem uma coisa nem outra porque apesar de parecer, nada é o que nos parece e quando chegamos à ultima parte do livro, damos conta de que as nossas suspeitas afinal não são assim tão infundadas, alterando apenas o objeto/personagem das mesmas. Ou não!

Se gostam de literatura negra, aconselho, pois é do mais negro que há e apesar de todas as repulsas e stresses que a leitura desta obra nos provoca, também nos oferece um final que nos vai obrigar a ler os restantes volumes desta trilogia, por muito negros que sejam.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Gritos do Passado


Sinopse
Numa manhã de um Verão particularmente quente, um rapazinho brinca nas rochas em Fjällbacka - o pequeno porto turístico onde decorreu a acção de A Princesa de Gelo - quando se depara com o cadáver de uma mulher. A polícia confirma rapidamente que se tratou de um crime, mas o caso complica-se com a descoberta, no mesmo sítio de dois esqueletos. O inspector Patrick Hedström é encarregado da investigação naquele período estival em que o incidente poderia fazer fugir os turistas, mas, sem testemunhas, sem elementos determinantes, a polícia não pode fazer mais do que esperar os resultados das análises dos serviços especiais. Entretanto, Erica Falk, nas últimas semanas de gravidez, decide ajudar Patrick pesquisando informações na biblioteca local e novas revelações começam a dar forma ao quadro: os esqueletos são certamente de duas jovens desaparecidas há mais de vinte anos, Mona e Siv. Volta assim à ribalta a família Hult, cujo patriarca, Ephraim, magnetizava as multidões acompanhado dos dois filhos, os pequenos Gabriel e Johannes, dotados de poderes curativos. Depois dessa época, e de um estranho suicídio, a família dividiu-se em dois ramos que agora se odeiam.

Iniciei as leituras de policiais suecos com A Princesa do Gelo de Camilla Lackberg e gostei tanto que depois desse foi a tetralogia de Mons Kallentoft quase em simultâneo com a trilogia Mllennium de Stieg Larson e agora muito tempo depois, li o segundo livro de Camilla.

A vida do casal Erica e o inspector Patrick presença em todos os livros, serve quanto a mim, para nos dar um momento para respirar dentro da acção, uma vez que esta, nos deixa de respiração suspensa, desejando saber o como, quem ou o porquê desde que a apresentação da acção a desenvolver se faz (no caso deste livro com o aparecimento do cadáver e dos dois esqueletos).

Com este segundo livro, comprova-se que embora o grupo de personagens se mantenha, os casos de cada livro, não estão interligados e podem ler-se por qualquer ordem, embora possamos perder a meada à vida do casal e de alguns dos outros personagens. Vidas essas que não influenciam os casos, mas para quem gosta de ler e de seguir determinado autor, poderão ser importantes.

A escrita de Camilla é acessível e não se torna pesada com excesso de descrição ou de pormenores técnicos, o que para os mais exigentes pode ser uma lacuna. Para mim, está óptimo, porque com certos autores esse excesso corta o ritmo de leitura da acção principal.

Depois de alguns meses de interregno nas leituras dos policiais suecos, já não posso esperar muito tempo sem seguir para o próximo Teia de Cinzas e se gostam de policiais, aconselho a testar um policial sueco, se ainda não o fizeram.