quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Entranhado na Pele



Quando comecei a escrever a "sério" - e quando digo a sério, foi a criar contos com pés e cabeça e com intenção de os manter escritos e de os divulgar quanto mais não fosse, junto dos meus amigos, teria uns dezasseis ou dezassete anos. Achei que aos meus trinta e poucos escreveria a última... A vida profissional e familiar não dava grande margem para este tipo de hobbies e parei alguns anos.
Os momentos antes de iniciar um conto, eram momentos gloriosos. De quando em quando, a inspiração soltava-se e lá saía uma história nova. O espaço de tempo em que imaginava a acção e os personagens que a iriam viver, eram e são, dos melhores momentos na vida de quem escreve e dão-nos a coragem de avançar e começarmos com as primeiras palavras, sejam elas
"Era uma vez..." ou
"Quando aquela rajada de vento, levantou algum do lixo que ainda se via naquela parte da rua, Muriel sem se conseguir conter arrepiou-se e franziu a testa desgostada pela fraqueza que sentira.
Mas a verdade é que sentia frio. Não era só um frio físico, que nem as calças de couro macio pareciam conter, era uma sensação de desconforto que não conseguia explicar.
A temperatura quase não sofrera alteração, desde que o dia nascera, porque não houvera sol o dia todo e o céu estivera sempre carregado de nuvens cinzentas, mas aquele mau estar que lhe dera as boas vindas mal chegara aquele local, três horas antes, continuava e não a ajudava a sentir-se mais confortável.
Pela terceira ou quarta vez, confirmou que as armas estavam prontas a serem usadas e pelo mesmo número de vezes, deitou uma olhadela ao relógio, que marcava as seis da tarde.
Fred prometera-lhe que antes que o dia escurecesse, se encontrariam e começava a ficar preocupada.
Não com Fred, claro. Ele que se arranjasse se por acaso se tivesse metido em apuros, o que não era de estranhar, pensou sarcástica. Mas se Fred não chegasse antes que a noite se instalasse, iria ser muito complicado detê-los o tempo suficiente para que Aedan conseguisse agir em segurança.
Muriel sabia que Aedan estava a postos. Estava a postos desde que na noite passada, localizara o local e ficara à espera da nova noite para poder agir. Estava há mais de dezoito horas à espera.
Muriel voltou a arrepiar-se mas desta vez, furiosa consigo mesmo. Estava ali há três horas e reclamava e Aedan sem saber o que se passava no exterior, ou seja, no local onde Muriel continuava à espera de Fred – a esta ideia apertou os lábios e olhou para os dois lados da rua – esperava que chegasse a hora para entrar no buraco onde os seus adversários, mantinham o seu sujeito. Sabia que mal escurecesse, deveria lá entrar e contava que o pudesse fazer em relativa segurança.
Para isso poder acontecer, Fred deveria estar na rua com Muriel a chamar a atenção dos “maus”, deveriam estar a safar-se deles e a mantê-los ocupados o tempo suficiente, para que Aedan entrasse, enfrentasse algum guarda solitário, encontrasse Emily, saísse e se pusesse a salvo.
Um formigueiro nas pernas, fez com que Muriel apertasse os dentes, desejando libertar uma exclamação qualquer que Fred pudesse ouvir, onde quer que estivesse e que lhe demonstrasse a fúria com que estava.
Fred não fora logo com ela, porque Aedan assim o planeara. Iria primeiro, preparar o meio de fuga e reunir-se-ia logo depois com Muriel. Mas o logo depois, estava a começar a estender-se por tempo demais.
- Vais pagá-las, tanto! – Ameaçou Muriel num murmúrio, em resposta a um som que ouviu vindo do lado de onde esperavam ver surgir os seus oponentes.
Ficou alerta e focou o final da rua, ou seria o princípio?
Pelo estado da rua e pelas voltas que já dera, já não tinha noção de onde ela começava ou terminava. As casas eram todas iguais e em perfeito estado de quase desmoronamento e como restos de um antigo bairro de pescadores, estavam numa rua estreita, mal cheirosa e tão caquéctica como as construções.
O cheiro do rio, ou seria apenas o cheiro do lodo do rio, esclareceu-a. Afinal o fim da rua era do outro lado. O lado de onde o som vinha, era o princípio da rua. Esta começava exactamente onde terminava o caminho que vinha desde a cidade mais próxima."

Anos sem escrever em que o meu unico contacto com os meus contos, foi o passá-los a limpo, proceder a algumas alterações, imprimi-los e desejar - digo desejar porque só agora vou fazer isso - encaderná-los e de repente escrevi quase dois novos contos.
Quase, porque um já está feito e o outro encaminhado. Muito encaminhado, quase no fim da narrativa. Só lhe faltam as rectificações, que são muito correctas e agradáveis de fazer, quando passamos a nossa obra a pente fino e constatámos que esta e outra alteração iam justificar melhor a accção apresentada. E falta o final propriamente dito.
Como a meio, mudei o rumo da primeira acção... o que me deu um gozo imenso, nada me garante que o final antes idealizado, não seja alterado.
Atrevi-me a mostrar um pouquinho do inicio... Se não gostarem, fico com pena, mas não posso obrigar ninguém a gostar do que eu escrevo, claro.
Só para que conste, é uma espécie de 2º volume em relação ao anterior, porque os personagens são os mesmos, o tema é o mesmo e a acção é outra.
É mais um conto sobre vampiros, caçadores de vampiros e sem a paixãozita entre humanos e vampiros, que já me cansa, tipo amores adolescentes.
Porque para mim histórias de vampiros são:
Drácula de Bran Stoker
Entrevista com o vampiro de Anne Rice
O Historiador de Elisabeth Kostova (para mim é dos melhores)
E os meus claro: Sangue do Meu sangue e Entranhado na Pele

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

I believe in angels



I believe in angels
I believe in angels because
I believe in angels from the bottom of my heart

I don’t know
If they have golden blond hair
And sapphire blue eyes
I believe they are pure
Perfect, powerful and kind

I don’t know
What is the look on their face
I believe their glorious wings
Are covered with heaven shining grace

I believe they are among us
Obeying a superior order
And I envy them
For living face to face with their creator

I fear that envy because
Was one of the reasons
Why some of them got lost
And because of their fall
They are no angels any more

Because
I believe in angels

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Encadernação


Durante muito tempo hesitei entre mandar encadernar os meus contos para lhes ter acesso além de em formato digital, em formato de verdadeiros livros (adoro livros), ou encaderná-los eu própria e finalmente decidi-me.
Graças a esta descoberta

Desta forma, tenho este "monte" de contos para dar os últimos retoques e fazer capas.
E agora, o motivo do meu post: alguém me pode dar dicas de sites onde possa encontrar e criar capas personalizadas.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Fetiche - parte II

Lá acabei o livro e gostei.
Investigação policial, um assassinio que mata nas "barbas" da policia que anda a investigá-lo, ao mesmo tempo que vamos interagindo com ele, nos seus passos e pensamentos, sem o identificarmos.
Gostei da parte em que o agente Andrew Flint é suspeito e ainda por cima envolvido com a testemunha principal e potencial vitima, e a dada altura, perguntamo-nos se não será de facto ele o criminoso. Até aceitava que fosse. Não é dificil que um agente da lei envolvido normalmente em casos de assassínios violentos, se passasse para o outro lado. Mas não é ele, foi incriminado e aqui vem a minha única dúvida.
Não sei se falhei alguma página e não percebi o que li. Vejamos: a dada altura a mulher do agente é assassinada exactamente da mesma forma que as restantes vítimas. À frente descobrimos porquê, mas a minha dúvida é: afinal quem a matou?
Um assassino a soldo para fazer um serviço a um dos suspeitos? "Assistimos" ao assassinio e no capítulo seguinte esse assassino a soldo, conta-nos porque é que a matou. Mas no final a aliança de casamento aparece nos haveres do outro, do assassino em série, quando é finalmente capturado.
Houve aqui erro de história? Falta alguma parte? Ou fui eu mesma que me perdi?
Se alguém leu, diga-me qualquer coisa para me deixar descansada, porque não me apetecia nada ir ler os últimos capítulos de novo.
Até porque não vai adiantar nada na resolução do caso que foi até muito bem resolvido.
Aconselho, quanto mais não seja para me tirarem esta dúvida.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Fetiche



Makedde Vanderwall é estudante de Psicologia Forense e, nas horas vagas, modelo internacional. Contactada pela agência para realizar alguns trabalhos de moda e relançar a sua carreira, viaja até Sydney, aproveitando a oportunidade para visitar a sua melhor amiga, Catherine Gerber. Mas as passarelas e as intrigas do mundo da moda depressa perdem importância quando Mak tropeça literalmente no corpo mutilado da amiga. Catherine é a mais recente vítima do «assassino dos stilettos», um homicida cruel que sequestra as suas presas e as tortura, para em seguida as matar. Incapaz de se afastar da investigação, Mak ver-se-á enredada num mortífero jogo do gato e do rato, longe de saber que ela própria se tornou na obsessão de um sádico psicopata¿

Estou a ler este, agora. Estou no quinto capítulo. Depois comento.

Há alturas em que vamos lendo um livro, calmamente. Aproveitando, apreciando e há outras em que nos dá uma espécie de febre e são uns atrás dos outros. Acho que este mês estou com quase 40º. Já vou no terceiro e ainda agora o mês chegou ao meio. Mas deve ir descer a temperatura, porque nas primeiras semanas, estive de férias e agora voltei ao trabalho :)

Angelologia


"Desde o início dos tempos que os nefilins, a raça que descende de anjos e humanos, procura dominar a humanidade semeando o medo, provocando guerras e infiltrando-se nas mais poderosas e influentes famílias da história. Apenas a sociedade secreta de angelologistas, com os seus conhecimentos ancestrais, tem conseguido detê-los. Agora, a Irmã Evangeline do Convento de Santa Rosa, no estado de Nova Iorque, está prestes a juntar-se a eles. Mas conseguirá ela resistir ao imenso poder dos nefilins e evitar o apocalipse? Uma narrativa vigorosa, complexa e inteligente que funde elementos bíblicos, míticos e históricos e envolve o leitor da primeira à última página."

A primeira vez que me dei conta deste livro, confesso que não me despertou muita curiosidade. Descendentes de anjos e homens... bah! Alguma treta (perdoem-me o calão). Mas a dada altura, por mero acaso, tive oportunidade de ler o primeiro capítulo e achei interessante - Uma jovem freira, encerrada num convento (que ainda por cima venera especialmente os anjos) a dar de caras com alguma correspondência misteriosa. E aí pensei: Vamos então ler para ver o que a freira descobre e em que aventuras se vai envolver, com a ajuda de alguém de fora, claro e que segredos vai desvendar. E pensei que iam descobrir que existiam esses nefilins, ou que sejam e, tentar vencê-los e no final provar, ou pelo menos tentar provar alguma coisa, sobre as relações entre o Céu e a Terra.
Mas não foi exactamente assim.
Estava mais que provado que os nefilins existiam. Uma trupe de anjos malvados que viviam ao longo dos tempos, apenas interessados em si próprios e na sua própria beleza. Que viviam a exibir as asas - entre familia, claro - asas azuis, douradas, vermelhas, etc e a fazer maldades aos outros.
Isto para mim não são anjos, são demónios.

Gostei da missão da Irmã Evangeline, das incursões ao passado que a autora fez o favor de nos relatar. Gostei das cartas dos vários personagens, e até aceitei que no final Evangeline fosse uma nefilin. Aliás, tudo o fazia prever. Só não gostei mesmo foi das festas de "jet-set" dos nefilins.
Gostava que a coisa tivesse sido mais misteriosa e obscura. Uma busca de situações do passado e a descoberta, no presente, da existência destas criaturas e a vitória sobre elas, se são assim tão más, ou algo semelhante.

Tirando este aparte, pode ler-se. Ou melhor, lê-se bem. A mim só me desgostou porque para mim anjo, é sinónimo de pureza, bondade e poder. Nâo exibição e maldade. Certo que os nefilins não são anjos a 100%, mas pronto... é a minha opinião.

sábado, 14 de agosto de 2010

Perto de Ti


Catherine foi atacada por um intruso na sua própria casa. Alguém a atirou por umas escadas abaixo, deixando-a muito ferida e condenando-a a uma longa permanência num leito de hospital. Dois homens muito diferentes parecem decididos a descobrir a verdade sobre o que aconteceu.

Uma história de mistério de fácil leitura.
É aquele tipo de narrativa que apresenta algumas das situações, sem precisar exactamente de justificar como chegou até elas. Às vezes sabe bem, numa leitura ou numa escrita, isso acontecer. Chegou-se aquela acção e pronto, não precisamos justificá-la para o desenrolar da acção ter lógica.
É o exemplo daquelas situações que acontecem neste livro e para as quais achamos que com o desenrolar do enredo, iremos descobrir o como, porquê e quem e no final são-nos justificadas pelas próprias personagens, que resolvem redimir-se e ir confessar-se à personagem principal.
Mesmo no final, somos surpreendidos com a revelação do culpado, quando se tenta ligar todos os minutos do ataque à personagem principal. Ataque esse que dá inicio à narrativa com a vitima já hospitalizada e sem memória pormenorizada do que aconteceu.
Se gostam de histórias de mistério, sem demasiada exigência é uma boa história.